Planejamento do Ensino
:: Por que planejar?
:: Por que planejar?
Sem planejamento é difícil dar
conta do recado |
O papel da escola na construção de um país mais justo é fundamental, e
ele se concretiza pela ação educativa. Desse modo, o trabalho do educador é tão
complexo e importante que não pode ser improvisado. Cada professor, conhecendo
os alunos com os quais trabalhará, tem de saber o que vai ensinar, para quê e
como fará isso ao longo do trabalho educativo. Assim também, a escola como um
todo, a partir das diretrizes gerais para a rede pública, define-se
estabelecendo prioridades e ações, ou seja, seu Projeto de escola.
Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se conseguir atingir mudanças.
Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se conseguir atingir mudanças.
:: O Projeto de Escola
Em seu Projeto de Escola, cada unidade escolar deve estabelecer quais são seus objetivos educativos:
·
Que transformações pretende gerar em seus alunos e na comunidade
escolar?
·
Que ações educativas irá promover?
·
Que recursos humanos e materiais a escola possui?
·
Qual será o período de tempo disponível?
·
Qual será o período de tempo disponível?
O Projeto de Escola deve considerar as reais necessidades da comunidade
na qual a escola está inserida, em particular as necessidades educativas de
seus alunos:
·
Qual é a realidade da escola?
·
Quais são os principais problemas?
·
Os alunos têm realmente aprendido?
Assim, ao identificar e analisar as dificuldades que a escola enfrenta e
o que pretende mudar, é possível estabelecer objetivos e metas comuns a toda a
equipe. As diferentes ações pedagógicas, desde o atendimento dos pais à
realização de uma aula de Biologia, vão ser pensadas e organizadas a partir
dessas linhas comuns e das metas combinadas.
Nesse sentido, uma das funções centrais do Projeto de Escola é selecionar e organizar os conteúdos necessários para dar conta dos objetivos educativos.
Esses conteúdos, por sua vez, são informações, conceitos, conhecimentos, valores, práticas e todas as formas culturais que os alunos devem aprender para que o processo educativo se realize de acordo com as intenções traçadas no Projeto de Escola.
Nesse sentido, uma das funções centrais do Projeto de Escola é selecionar e organizar os conteúdos necessários para dar conta dos objetivos educativos.
Esses conteúdos, por sua vez, são informações, conceitos, conhecimentos, valores, práticas e todas as formas culturais que os alunos devem aprender para que o processo educativo se realize de acordo com as intenções traçadas no Projeto de Escola.
:: Planejamento de Ensino
Conferindo o planejado
|
Em uma escola
democrática, o Projeto de Escola é feito coletivamente e deve ser a base para
todas as atividades de ensino e de aprendizagem planejadas pelos professores
para serem desenvolvidas em sala de aula.
Esse planejamento do processo de ensino e aprendizagem que os professores devem construir para orientar sua ação pedagógica na sala de aula é aqui chamado de Planejamento do Ensino.
Esse planejamento do processo de ensino e aprendizagem que os professores devem construir para orientar sua ação pedagógica na sala de aula é aqui chamado de Planejamento do Ensino.
:: O Planejamento do Ensino em ação
A concretização do Planejamento de Ensino ocorre na sala de aula, com um professor e sua classe desenvolvendo atividades de ensino e de aprendizagem. Sala de aula, aqui, não deve ser considerada apenas o espaço entre quatro paredes, com carteiras e uma lousa; mas sim, todo e qualquer espaço no qual atividades de ensino e aprendizagem estejam ocorrendo. Por exemplo, quando um professor e os alunos de uma classe encontram-se em um bosque, num parque distante da escola, desenvolvendo uma atividade de educação ambiental, então, aquele bosque torna-se uma sala de aula. Assim também, um laboratório, o pátio da escola, um museu, uma oficina ou um estabelecimento industrial ou comercial no qual, por motivos educativos, o professor se encontra com seus alunos, desenvolvendo atividades de ensino e aprendizagem.
:: Ingredientes para planejar
Para falarmos de planejamento – seja o da escola ou da sala de aula – é preciso, primeiramente, deixar claro entre o grupo algumas idéias:
·
de que tipo de escola estamos falando?que relações estabelecemos entre
escola e sociedade?
·
qual o sentido social da profissão de educador, seja ele professor,
coordenador, supervisor, diretor de escola, membro de equipe técnica ou de
apoio?
Quando um professor, em cooperação com seus colegas, elabora seu Planejamento do Ensino, é importante ter em conta que sua ação profissional deve ser pensada em termos de um otimismo crítico, ou seja, o professor deve ter claro que as escolhas que faz quando elabora seus planos e as orientações que imprime no decorrer de cada aula devem ser coerentes com o Projeto de Escola, assim como, com uma perspectiva crítica e transformadora da realidade.
Essa preocupação com a concepção de educação que rege as ações do professor é fundamental para que o espaço da sala de aula não se transforme em um local de reprodução de injustiças, onde o conhecimento é visto como um pacote fechado a ser transmitido mecanicamente aos alunos.
:: A importância de conhecer o aluno
O Planejamento do Ensino começa com o professor considerando:
·
quem são meus alunos?
·
quais são os conhecimentos e as experiências de vida que eles têm com
relação aos conteúdos das atividades que estarei propondo?
·
quais são as suas expectativas e dificuldades?
Conhecer o aluno real é
fundamental para o Projeto
|
Essa preocupação em conhecer os alunos é muito importante, pois o
professor pode se enganar quando confunde os alunos reais, aqueles que estão em
sua sala de aula, com um modelo idealizado, geralmente aquele que “todo
professor gostaria de ter”: saudável, bem alimentado, cuidado pela família, com
acesso a livros, computador, centros culturais e lazer.
Leia mais sobre o tema
Diante dessas observações, fica claro que o Planejamento do Ensino não pode ser feito para qualquer aluno, considerando apenas as características do conhecimento, ou do conteúdo, em jogo nas atividades de ensino e aprendizagem.
Para o educador que trabalha com uma perspectiva inclusiva, que se preocupa com as reais condições culturais de seus alunos, o Planejamento do Ensino deve considerar os valores, os saberes e as experiências práticas que eles possuem, selecionando e organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições.
Dessa forma, se os alunos têm origem em famílias com pouca escolaridade, que não possuem livros em casa, que não lêem jornal cotidianamente, crianças que não têm a experiência de ganhar livros de literatura infantil, ou juvenil, então, o Planejamento do Ensino precisa considerar que essas práticas sociais devem estar presentes na própria escola. Esta, por sua vez, deve se organizar para suprir da melhor forma possível todas as faltas que a condição de exclusão de seus alunos possa estabelecer.
Diante dessas observações, fica claro que o Planejamento do Ensino não pode ser feito para qualquer aluno, considerando apenas as características do conhecimento, ou do conteúdo, em jogo nas atividades de ensino e aprendizagem.
Para o educador que trabalha com uma perspectiva inclusiva, que se preocupa com as reais condições culturais de seus alunos, o Planejamento do Ensino deve considerar os valores, os saberes e as experiências práticas que eles possuem, selecionando e organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições.
Dessa forma, se os alunos têm origem em famílias com pouca escolaridade, que não possuem livros em casa, que não lêem jornal cotidianamente, crianças que não têm a experiência de ganhar livros de literatura infantil, ou juvenil, então, o Planejamento do Ensino precisa considerar que essas práticas sociais devem estar presentes na própria escola. Esta, por sua vez, deve se organizar para suprir da melhor forma possível todas as faltas que a condição de exclusão de seus alunos possa estabelecer.
:: Acompanhar e avaliar o projeto
Projeto de qualidade,
aluno autônomo |
Os projetos de escola e o planejamento do ensino não são documentos
prontos e acabados. Na verdade, são estruturados como um processo. São
alterados de acordo com mudanças processadas no ambiente escolar, na comunidade
e nos alunos na sala de aula.
No caso, por exemplo, do Projeto de Escola é preciso observar as mudanças que vão ocorrendo, acompanhar o desencadeamento das ações, perceber seus resultados e, quando necessário, modificar os rumos do projeto. É preciso que a comunidade escolar, liderada pela equipe de educadores, assuma uma posição atenta, crítica e autocrítica quanto ao percurso do projeto.
No caso, por exemplo, do Projeto de Escola é preciso observar as mudanças que vão ocorrendo, acompanhar o desencadeamento das ações, perceber seus resultados e, quando necessário, modificar os rumos do projeto. É preciso que a comunidade escolar, liderada pela equipe de educadores, assuma uma posição atenta, crítica e autocrítica quanto ao percurso do projeto.
Veja mais questões
Além da avaliação feita pelos educadores, sem dúvida indispensável, é importante incentivar as críticas vindas dos alunos, dos pais que podem contribuir para o desenvolvimento do projeto. Por isso, é importante abrir a escola para a avaliação da comunidade.
Quanto ao Planejamento de Ensino, a avaliação diversificada é fundamental para o replanejamento das ações pedagógicas futuras. É preciso saber se:
Além da avaliação feita pelos educadores, sem dúvida indispensável, é importante incentivar as críticas vindas dos alunos, dos pais que podem contribuir para o desenvolvimento do projeto. Por isso, é importante abrir a escola para a avaliação da comunidade.
Quanto ao Planejamento de Ensino, a avaliação diversificada é fundamental para o replanejamento das ações pedagógicas futuras. É preciso saber se:
·
os alunos compreenderam os conceitos?
·
as atividades propostas foram adequadas?
·
atingiram os objetivos propostos? suas habilidades foram desenvolvidas?
·
que atitudes revelam mudanças?
·
houve trabalhos em grupos e individuais e com todos?
·
as propostas foram diversificadas?
O Planejamento do Ensino que, como foi dito, se realiza no espaço da
sala de aula, envolve sempre quatro componentes que não podem ser
considerados isoladamente:
considerados isoladamente:
·
o aluno que aprende;
·
o professor que ensina;
·
um ou mais conteúdos de aprendizagem;
·
a avaliação.
Texto original: Vinicius Signoreli
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Arquivo CENPEC
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Arquivo CENPEC
Planejamento na escola...
:: Sala de aula: planejar ou improvisar?
Planejar para construir o ensino
|
Em uma sala de
aula, durante a fala do professor, um aluno formula uma pergunta. O professor
ouve atentamente e se vê diante de um dilema: O que fazer? Responder a pergunta
objetivamente e continuar a exposição? Anotar a questão no quadro e dizer que
responderá ao terminar o que está expondo? Anotar a pergunta e pedir a toda
classe que pense na resposta? Solicitar ao aluno que anote a pergunta e a
repita ao final da exposição? Qual a conduta mais correta?
Escolher uma resposta adequada depende de vários fatores que devem ser considerados pelo professor. Entre eles, se a pergunta contribui para o desenvolvimento da atividade de ensino e aprendizagem naquele momento, ou ainda se existe pertinência em relação ao conteúdo em jogo na atividade.
A pergunta pode evidenciar um nível de compreensão conceitual mais elaborado de um aluno se comparado à maioria da classe. Respondê-la naquele momento transformaria a aula em uma conversa entre o professor e aquele aluno, que dificilmente seria acompanhada pelos demais. Pode também revelar uma criança ou jovem com dificuldade de compreender o conceito em questão, o que sugere algum tipo de atenção mais individualizada. É possível concluir ainda que a questão seria uma ótima atividade de aprendizagem em um momento posterior, quando certos aspectos do conteúdo já estiverem esclarecidos.
:: Planejar: coerência para as ações educativas
O professor tem um papel fundamental de coordenar o processo de ensino e aprendizagem da sua classe. “É preciso organizar todas as suas ações em torno da educação de seus alunos. Ou seja, promover o crescimento de todos eles em relação à compreensão do mundo e à participação na sociedade”. Para isso, ele precisa ter claro quais são as intenções educativas que presidem esta ou aquela atividade proposta. Na verdade, ele precisa saber que atitudes, habilidades, conceitos, espera que seus alunos desenvolvam ao final de um período letivo.
Certamente isso significa fazer opções quanto aos conteúdos, às atividades, ao modo como elas serão desenvolvidas, distribuir o tempo adequadamente, assim como fazer escolhas a respeito da avaliação pretendida. Se essas intenções estiverem claras, as respostas a esta ou àquela pergunta ou a diferentes situações do cotidiano de uma sala de aula serão mais coerentes com os objetivos e propósitos definidos.
O Planejamento do Ensino tem como principal função garantir a coerência entre as atividades que o professor faz com seus alunos e as aprendizagens que pretende proporcionar a eles.
Escolher uma resposta adequada depende de vários fatores que devem ser considerados pelo professor. Entre eles, se a pergunta contribui para o desenvolvimento da atividade de ensino e aprendizagem naquele momento, ou ainda se existe pertinência em relação ao conteúdo em jogo na atividade.
A pergunta pode evidenciar um nível de compreensão conceitual mais elaborado de um aluno se comparado à maioria da classe. Respondê-la naquele momento transformaria a aula em uma conversa entre o professor e aquele aluno, que dificilmente seria acompanhada pelos demais. Pode também revelar uma criança ou jovem com dificuldade de compreender o conceito em questão, o que sugere algum tipo de atenção mais individualizada. É possível concluir ainda que a questão seria uma ótima atividade de aprendizagem em um momento posterior, quando certos aspectos do conteúdo já estiverem esclarecidos.
:: Planejar: coerência para as ações educativas
O professor tem um papel fundamental de coordenar o processo de ensino e aprendizagem da sua classe. “É preciso organizar todas as suas ações em torno da educação de seus alunos. Ou seja, promover o crescimento de todos eles em relação à compreensão do mundo e à participação na sociedade”. Para isso, ele precisa ter claro quais são as intenções educativas que presidem esta ou aquela atividade proposta. Na verdade, ele precisa saber que atitudes, habilidades, conceitos, espera que seus alunos desenvolvam ao final de um período letivo.
Certamente isso significa fazer opções quanto aos conteúdos, às atividades, ao modo como elas serão desenvolvidas, distribuir o tempo adequadamente, assim como fazer escolhas a respeito da avaliação pretendida. Se essas intenções estiverem claras, as respostas a esta ou àquela pergunta ou a diferentes situações do cotidiano de uma sala de aula serão mais coerentes com os objetivos e propósitos definidos.
O Planejamento do Ensino tem como principal função garantir a coerência entre as atividades que o professor faz com seus alunos e as aprendizagens que pretende proporcionar a eles.
::Quem faz o planejamento
O planejamento é um trabalho individual e de equipe
|
A elaboração do
Planejamento do Ensino é uma tarefa que cada professor deve realizar tendo em
vista o conjunto de alunos de uma determinada classe, sendo, por isso,
intransferível. O ideal é desenvolver esse Planejamento em cooperação com os
demais professores, com a ajuda da coordenação pedagógica e mesmo da direção da
escola, mas cada professor deve ser o autor de seu Planejamento do Ensino.
Quantas vezes nós, professores, ouvimos um aluno perguntar: - Professor, por
que a gente precisa saber isso? Quantas vezes, no tempo em que éramos alunos,
fizemos essa mesma pergunta a nossos professores, sem nunca obter uma resposta
satisfatória?
:: Flexibilidade
Vale lembrar que nenhum Planejamento deve ser uma camisa-de-força para o professor. Existem situações da vida dos alunos, da escola, do município, do país e do mundo que não podem ser desprezadas no cotidiano escolar e, por vezes, elas têm tamanha importância que justificam por si adequações no Planejamento do Ensino.
No processo de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, novos conteúdos e objetivos podem entrar em jogo; outros, escolhidos na elaboração do plano, podem ser retirados ou adiados. É aconselhável que o professor reflita sobre suas decisões durante e após as atividades, registrando suas idéias, que serão uma das fontes de informação para melhor avaliar as aprendizagens dos alunos e decidir sobre que caminhos tomar.
Além disso, as pessoas aprendem o mesmo conteúdo de formas diferentes; portanto, o Planejamento do Ensino é um orientador da prática pedagógica e não um “ditador de ritmo”, no qual todos os alunos devem seguir uniformemente. Ao longo do ano letivo e a partir das avaliações, algumas atividades podem se mostrar inadequadas, e será necessário redirecionar e diversificá-las, rever os conteúdos, fazer ajustes.
:: Registro
Vale lembrar que nenhum Planejamento deve ser uma camisa-de-força para o professor. Existem situações da vida dos alunos, da escola, do município, do país e do mundo que não podem ser desprezadas no cotidiano escolar e, por vezes, elas têm tamanha importância que justificam por si adequações no Planejamento do Ensino.
No processo de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, novos conteúdos e objetivos podem entrar em jogo; outros, escolhidos na elaboração do plano, podem ser retirados ou adiados. É aconselhável que o professor reflita sobre suas decisões durante e após as atividades, registrando suas idéias, que serão uma das fontes de informação para melhor avaliar as aprendizagens dos alunos e decidir sobre que caminhos tomar.
Além disso, as pessoas aprendem o mesmo conteúdo de formas diferentes; portanto, o Planejamento do Ensino é um orientador da prática pedagógica e não um “ditador de ritmo”, no qual todos os alunos devem seguir uniformemente. Ao longo do ano letivo e a partir das avaliações, algumas atividades podem se mostrar inadequadas, e será necessário redirecionar e diversificá-las, rever os conteúdos, fazer ajustes.
:: Registro
Registrar ajuda a avaliação
|
Vale destacar que a
forma de organizar o Planejamento do Ensino aqui apresentado é uma escolha. O
importante é o professor ter alguma forma de registro de suas intenções,
procurando agir pedagogicamente de forma coerente com os objetivos específicos
e gerais traçados no Projeto de Escola e em seu Planejamento do Ensino. A forma
como cada professor registra seu Planejamento não deve ser fixa, para que cada
profissional possa fazê-lo da forma como se sente melhor. Mas, se um educador
deseja ser um profissional reflexivo, que pensa criticamente sobre sua prática
pedagógica e se desenvolve profissionalmente com esse processo, ele precisa
registrar seu Planejamento do Ensino.
"Redigir o projeto não é uma simples formalidade administrativa. É a tradução do processo coletivo de sua elaboração [...]. Deve resultar em um documento simples, completo, claro, preciso, que constituirá um recurso importante para seu acompanhamento e avaliação."
:: Componentes do planejamento do ensino
O Planejamento do Ensino, chamado também de planejamento da ação pedagógica ou planejamento didático, deve explicitar:
"Redigir o projeto não é uma simples formalidade administrativa. É a tradução do processo coletivo de sua elaboração [...]. Deve resultar em um documento simples, completo, claro, preciso, que constituirá um recurso importante para seu acompanhamento e avaliação."
:: Componentes do planejamento do ensino
O Planejamento do Ensino, chamado também de planejamento da ação pedagógica ou planejamento didático, deve explicitar:
·
as intenções educativas – por meio dos conteúdos e dos objetivos
educativos, ou das expectativas de aprendizagem;
·
como esse ensino será orientado pelo
professor – as atividades de ensino e aprendizagem que o professor
seleciona para coordenar em sala de aula, com o propósito de cumprir suas
intenções educativas, o tempo necessário para desenvolvê-las);
·
como será a avaliação desse processo.
:: Conteúdos e objetivos
Conteúdo é uma forma cultural, um tipo de conhecimento que a escola seleciona para ensinar a seus alunos. Informações, conceitos, métodos, técnicas, procedimentos, valores, atitudes e normas são tipos diferentes de conteúdos. Informações, por exemplo, podem ser aprendidas em uma atividade, já o algoritmo da multiplicação de números inteiros, que é um procedimento, não. Esse é um tipo de conteúdo cuja aprendizagem envolve grandes intervalos de tempo e que necessita de atividades planejadas ao longo de meses, pelo menos.
Valores são conteúdos aprendidos nas relações humanas, ocorram elas no espaço escolar ou não. Muitas vezes, aprender um valor pode significar também mudar de valor, o que torna o ensino e a aprendizagem de valores, e de atitudes também, um processo complexo, que não se resolve apenas com a preparação de atividades localizadas. Em uma escola onde o respeito mútuo e o combate a qualquer tipo de preconceito de gênero, de etnia ou de classe social estejam ausentes no dia-a-dia, não há como ensinar valores e atitudes por meio de atividades ou “sérias conversas” sobre esses temas.
Os conteúdos do Planejamento do Ensino são aqueles que guiaram a escolha das atividades na elaboração do plano e são os conteúdos em relação aos quais o professor tentará observar, e avaliar, como se desenvolvem as aprendizagens, pois isso não seria possível fazer com relação a “todos” os conteúdos presentes na atividade.
Mais conteúdos de planejamento e atividades
:: Objetivos
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino, também chamados objetivos didáticos ou específicos, ou ainda de expectativas de aprendizagem, definem o que os professores desejam que seus alunos aprendam sobre os conteúdos selecionados. A forma tradicional de redigir um objetivo é utilizar a frase “ao final do conjunto de atividades, cada aluno deverá ser capaz de...”. Não há problema em definir dessa forma os objetivos no Planejamento do Ensino, desde que os alunos não sejam obrigados a atingi-los todos ao mesmo tempo. É possível definir esses objetivos descrevendo as expectativas de aprendizagem da forma que for mais fácil de compreendê-las.
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino são importantes porque muitos conteúdos, os conceitos científicos entre eles, são aprendidos em processos que se complementam ao longo da escolaridade. Por exemplo, se um aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental afirmar que célula é uma “coisa” muito pequena que forma o corpo dos seres vivos, pode-se considerar que seu conhecimento sobre o conceito de célula está em bom andamento. Mas, se esse for um aluno de 1a série do Ensino Médio, então, ele está precisando aprender mais sobre esse conceito.
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino definem o grau de aprendizagem a que se quer chegar com o trabalho pedagógico. São faróis, guias para os professores, mas não devem se tornar “trilhos fixos”, em seqüências que se repetem independentemente da aprendizagem de cada aluno.
:: Organização das atividades
:: Objetivos
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino, também chamados objetivos didáticos ou específicos, ou ainda de expectativas de aprendizagem, definem o que os professores desejam que seus alunos aprendam sobre os conteúdos selecionados. A forma tradicional de redigir um objetivo é utilizar a frase “ao final do conjunto de atividades, cada aluno deverá ser capaz de...”. Não há problema em definir dessa forma os objetivos no Planejamento do Ensino, desde que os alunos não sejam obrigados a atingi-los todos ao mesmo tempo. É possível definir esses objetivos descrevendo as expectativas de aprendizagem da forma que for mais fácil de compreendê-las.
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino são importantes porque muitos conteúdos, os conceitos científicos entre eles, são aprendidos em processos que se complementam ao longo da escolaridade. Por exemplo, se um aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental afirmar que célula é uma “coisa” muito pequena que forma o corpo dos seres vivos, pode-se considerar que seu conhecimento sobre o conceito de célula está em bom andamento. Mas, se esse for um aluno de 1a série do Ensino Médio, então, ele está precisando aprender mais sobre esse conceito.
Os objetivos educativos do Planejamento do Ensino definem o grau de aprendizagem a que se quer chegar com o trabalho pedagógico. São faróis, guias para os professores, mas não devem se tornar “trilhos fixos”, em seqüências que se repetem independentemente da aprendizagem de cada aluno.
:: Organização das atividades
Organizar as atividades
|
A principal função do conjunto articulado de atividades de ensino e
aprendizagem que devem compor o Planejamento do Ensino é provocar nos alunos
uma atividade mental construtiva em torno de conteúdo(s) previamente selecionado(s),
no Projeto de Escola, no Planejamento do Ensino ou durante sua realização.
Ao escolher uma atividade de ensino e aprendizagem para desenvolver com seus alunos, o professor precisa considerar principalmente a coerência entre suas intenções – explicitadas pelos conteúdos e objetivos – e as ações que vai propor a eles. Precisa também pensar em como aquela atividade irá se articular com a(s) anterior(es) e com a(s) seguinte(s). Uma atividade que está iniciando o trabalho sobre um ou mais conteúdos é muito diferente de uma atividade na qual os alunos estão discutindo um problema real, visto no jornal, por exemplo, baseados em seus estudos anteriores sobre conceitos que estão em jogo no problema.
As atividades devem ser de acordo com aquilo que se quer ensinar, seja a curto, médio ou longo prazo. A diversidade é uma de suas características principais: assistir a um filme, a uma peça teatral ou a um programa de TV; realizar produções em equipe; participar de debates e praticar argumentação e contra-argumentação; fazer leituras compartilhadas (em voz alta); práticas de laboratório; observações em matas, campos, mangues, áreas urbanas e agrícolas; observações do céu; acompanhamento de processos de médio e longo prazo em Biologia e Astronomia. Idas a museus, bibliotecas públicas, exposições de arte. Pesquisa em livros e revistas, com ou sem uso de informática e Internet. Assistir a uma exposição por parte do professor.
Novamente, deve-se insistir no fato de que a seqüência de atividades que compõe o Planejamento do Ensino deve levar em conta as experiências dos próprios alunos no decorrer de cada atividade escolhida. Existem planos que se realizam quase integralmente, os que se realizam em grande parte, ou aqueles que, simplesmente, precisam ser refeitos tendo como critério a avaliação da aprendizagem dos alunos.
:: Avaliação continuada
A avaliação continuada, ou mediadora da aprendizagem, indispensável no Planejamento do Ensino, é o instrumento por meio do qual o professor procura observar o desenvolvimento de seus alunos à medida que o processo de ensino e aprendizagem está em andamento. Essa observação tem por objetivo regular as atuações do professor, ou seja, dar a ele informações para que seja possível decidir se o que foi traçado no planejamento está correspondendo ao esperado ou não. Sendo que, no segundo caso, o professor precisa, então, refletir sobre o que deve mudar para que as aprendizagens esperadas comecem a se realizar ou melhorem. É importante frisar que essa avaliação não tem por objetivo dar nota aos alunos, mas sim regular o processo de ensino e aprendizagem.
Quando uma professora inicia seu trabalho em uma 2ª série e percebe que quase metade de seus alunos não consegue ler um pequeno bilhete de boas-vindas que ela havia preparado, então, deve começar a pensar no que fazer imediatamente, ou seja, tem que pensar em como irá articular as atividades de forma a proporcionar o desenvolvimento da leitura a todos os alunos, cada um partindo do estágio em que se encontra.
Sempre que um professor dá início ao trabalho com algum conteúdo, deve observar o que os alunos já sabem sobre esse conteúdo. Essa avaliação pode ser chamada de inicial Mas ela não se refere ao início do ano ou do bimestre e, sim, ao início do trabalho pedagógico com um determinado conteúdo. A avaliação inicial auxilia o professor a ajustar seu plano de ensino, principalmente considerando as diferenças entre seus alunos no momento de desenvolver as atividades selecionadas no planejamento.
Quando um professor de Ciências descobre que seus alunos da 6a série não conseguem resolver problemas porque têm dificuldades de leitura, deverá, então, colaborar com o desenvolvimento da competência leitora de seus alunos, ainda que trabalhando com textos específicos de sua área, como por exemplo, de divulgação científica, textos expositivos ou argumentativos.
Ao refletirmos sobre a avaliação mediadora do ensino e da aprendizagem em sala de aula, explicitamos uma função importante do Planejamento do Ensino: ser a referência que o professor utiliza para avaliar continuamente o processo de ensino e aprendizagem, com o propósito de garantir as aprendizagens dos alunos naqueles conteúdos eleitos no Planejamento.
Ao escolher uma atividade de ensino e aprendizagem para desenvolver com seus alunos, o professor precisa considerar principalmente a coerência entre suas intenções – explicitadas pelos conteúdos e objetivos – e as ações que vai propor a eles. Precisa também pensar em como aquela atividade irá se articular com a(s) anterior(es) e com a(s) seguinte(s). Uma atividade que está iniciando o trabalho sobre um ou mais conteúdos é muito diferente de uma atividade na qual os alunos estão discutindo um problema real, visto no jornal, por exemplo, baseados em seus estudos anteriores sobre conceitos que estão em jogo no problema.
As atividades devem ser de acordo com aquilo que se quer ensinar, seja a curto, médio ou longo prazo. A diversidade é uma de suas características principais: assistir a um filme, a uma peça teatral ou a um programa de TV; realizar produções em equipe; participar de debates e praticar argumentação e contra-argumentação; fazer leituras compartilhadas (em voz alta); práticas de laboratório; observações em matas, campos, mangues, áreas urbanas e agrícolas; observações do céu; acompanhamento de processos de médio e longo prazo em Biologia e Astronomia. Idas a museus, bibliotecas públicas, exposições de arte. Pesquisa em livros e revistas, com ou sem uso de informática e Internet. Assistir a uma exposição por parte do professor.
Novamente, deve-se insistir no fato de que a seqüência de atividades que compõe o Planejamento do Ensino deve levar em conta as experiências dos próprios alunos no decorrer de cada atividade escolhida. Existem planos que se realizam quase integralmente, os que se realizam em grande parte, ou aqueles que, simplesmente, precisam ser refeitos tendo como critério a avaliação da aprendizagem dos alunos.
:: Avaliação continuada
A avaliação continuada, ou mediadora da aprendizagem, indispensável no Planejamento do Ensino, é o instrumento por meio do qual o professor procura observar o desenvolvimento de seus alunos à medida que o processo de ensino e aprendizagem está em andamento. Essa observação tem por objetivo regular as atuações do professor, ou seja, dar a ele informações para que seja possível decidir se o que foi traçado no planejamento está correspondendo ao esperado ou não. Sendo que, no segundo caso, o professor precisa, então, refletir sobre o que deve mudar para que as aprendizagens esperadas comecem a se realizar ou melhorem. É importante frisar que essa avaliação não tem por objetivo dar nota aos alunos, mas sim regular o processo de ensino e aprendizagem.
Quando uma professora inicia seu trabalho em uma 2ª série e percebe que quase metade de seus alunos não consegue ler um pequeno bilhete de boas-vindas que ela havia preparado, então, deve começar a pensar no que fazer imediatamente, ou seja, tem que pensar em como irá articular as atividades de forma a proporcionar o desenvolvimento da leitura a todos os alunos, cada um partindo do estágio em que se encontra.
Sempre que um professor dá início ao trabalho com algum conteúdo, deve observar o que os alunos já sabem sobre esse conteúdo. Essa avaliação pode ser chamada de inicial Mas ela não se refere ao início do ano ou do bimestre e, sim, ao início do trabalho pedagógico com um determinado conteúdo. A avaliação inicial auxilia o professor a ajustar seu plano de ensino, principalmente considerando as diferenças entre seus alunos no momento de desenvolver as atividades selecionadas no planejamento.
Quando um professor de Ciências descobre que seus alunos da 6a série não conseguem resolver problemas porque têm dificuldades de leitura, deverá, então, colaborar com o desenvolvimento da competência leitora de seus alunos, ainda que trabalhando com textos específicos de sua área, como por exemplo, de divulgação científica, textos expositivos ou argumentativos.
Ao refletirmos sobre a avaliação mediadora do ensino e da aprendizagem em sala de aula, explicitamos uma função importante do Planejamento do Ensino: ser a referência que o professor utiliza para avaliar continuamente o processo de ensino e aprendizagem, com o propósito de garantir as aprendizagens dos alunos naqueles conteúdos eleitos no Planejamento.
Texto original: Vinicius Signoreli
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Acerco CENPEC
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Acerco CENPEC
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